São Paulo, a nossa querida cidade de pedra, de seus muros acinzentados e arranha-céus, onde encontra-se a tecnologia constantemente fundida em nossos dias. Onde é (frustrantemente) raro entrar em contato com a natureza de maneira mais orgânica (ou que não constitua um jardim de inverno arquitetônico).
A natureza nos traz uma ligação simbólica quase que essencial. O ser humano se acostuma tanto a interagir dia-a-dia por coisas humanamente construídas que se abstém da maneira que tudo naturalmente se forma.
Salvatore Arancio é um artista plástico que nos convida em sua viagem escapatória para uma realidade fantástica. Tirando inspiração da natureza, Salvatore cria a sua própria versão de floresta, misturando elementos orgânicos e psicodélicos, nos instigando a ressignificar a sua arte.
A sua escolha pelo psicodelismo tem muito a ver com a sua proposta de desconexão com o mundo moderno e construído pelos humanos. A fuga da realidade é muitas vezes associada às drogas, mas Salvatore afirma que não faz uso do entorpecente em si, mas se aproveita da viagem que eles proporcionam em uma realidade totalmente diferente da que nós nos acostumamos a ver.
De uma maneira divertida, e um pouco estranha, o artista nos introduz uma nova experiência, feita inteiramente a partir de uma matéria prima bem básica: argila. Além do material ser uma maneira mais primitiva, próxima da natureza e consequentemente de sua arte, a argila é uma forma de sentir e manipular de forma mais orgânica a criatividade de Salvatore, que nos instiga e inspira.
